Dólar fecha abaixo de R$ 5,40 após dados reforçarem apostas de corte de juro nos EUA

O dólar americano encerrou o pregão desta quinta-feira (05/09) cotado a R$ 5,38, registrando queda expressiva de 0,8% em relação ao fechamento anterior. O recuo da divisa norte-americana ocorreu após a divulgação de dados econômicos dos Estados Unidos que intensificaram as expectativas de cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed) ainda este mês.

Dados de emprego aceleram apostas em corte de juros

O principal catalisador da queda do dólar foi o relatório de emprego fraco dos Estados Unidos, que levou o mercado a precificar quase 100% de probabilidade de um corte de 0,25 ponto percentual na próxima reunião do Fed, além de mais quatro cortes nos meses seguintes.

Em agosto de 2025, a criação de empregos nos EUA desacelerou para apenas 22.000 novos postos de trabalho, com o desemprego subindo para 4,3%. Os números ficaram significativamente abaixo das expectativas do mercado e sinalizaram uma deterioração no mercado de trabalho americano.

Impacto direto no câmbio brasileiro

A perspectiva de juros mais baixos nos Estados Unidos torna a moeda americana menos atrativa para investidores internacionais, beneficiando diretamente moedas emergentes como o real brasileiro. Com taxas menores, há uma redução no diferencial de rendimento entre ativos americanos e de outros países, promovendo um fluxo de capital para mercados emergentes.

"A fraqueza do mercado de trabalho americano está consolidando as expectativas de que o Fed precisará agir de forma mais agressiva para sustentar a economia", avalia um economista do mercado financeiro. Operadores projetam quase 90% de chance de uma redução de 0,25 ponto percentual na taxa em setembro, com outro corte da mesma magnitude totalmente precificado para dezembro.

Cenário técnico favorável ao real

Do ponto de vista técnico, o dólar vem perdendo força nas últimas sessões, rompendo níveis importantes de suporte. A cotação abaixo de R$ 5,40 representa um alívio significativo para a economia brasileira, especialmente em um momento de preocupações com a inflação doméstica.

A cotação atual está no menor valor desde 27 de agosto, com o dólar acumulando queda de 2,18% em setembro. O movimento contrasta com o desempenho do ano, quando a divisa ainda acumula alta de mais de 13% em 2025.

Fatores de risco permanecem

Apesar do alívio momentâneo, analistas alertam que o cenário para o dólar ainda carrega incertezas. As projeções do Fed para 2025 indicam um ritmo mais cauteloso de cortes de juros, com o banco central sinalizando buscar 'progresso' na inflação antes de implementar reduções mais significativas.

Além disso, fatores domésticos como o cenário fiscal brasileiro e as decisões do Banco Central continuam influenciando o comportamento do câmbio. Especialistas mantêm projeções de taxa de câmbio em R$ 5,40 para o final de 2024 e 2025, destacando que incertezas político-fiscais devem manter parte da precificação de risco na moeda brasileira.

Próximos passos e expectativas

O mercado agora volta suas atenções para a reunião do Federal Reserve marcada para 17 e 18 de setembro, quando deve ser anunciada a primeira redução de juros desde o início do atual ciclo de alta. A decisão será crucial para definir a trajetória do dólar nas próximas semanas.

Para investidores brasileiros, o cenário atual oferece uma janela de oportunidade, mas especialistas recomendam cautela. A volatilidade cambial tende a permanecer elevada conforme novos dados econômicos americanos forem divulgados.

Tags: dólar, câmbio, Federal Reserve, taxa de juros, economia americana, real brasileiro, inflação, mercado financeiro

Este artigo foi elaborado com base em dados de mercado e análises especializadas, refletindo as condições econômicas atuais. Os investimentos apresentam riscos e rentabilidades passadas não garantem resultados futuros.